A Assembleia da República (AR) discute, esta quinta-feira, em plenário, uma petição promovida por organizações de defesa dos direitos dos animais que reclama a abolição das touradas e de todos os espectáculos com toiros em Portugal. O documento, entregue no Parlamento em Agosto, suscitou forte polémica e levou mesmo os defensores da tauromaquia a recolherem mais de 100 mil assinaturas em defesa da Festa Brava, num abaixo-assinado lançado pelo presidente da Câmara de Santarém Moita Flores.
Certo é que as duas correntes de opinião vão confrontando argumentos e correm mesmo apelos na Internet para que cada uma delas demonstre, hoje, na AR, a “força” da sua capacidade de mobilização. O documento foi entregue na AR com cerca de 7000 assinaturas mas, entretanto, já se aproxima dos 44 mil subscritores na Internet. Diz que “a existência de touradas no século XXI constitui um embaraço par Portugal perante a comunidade internacional, configurando a imagem de um País com pessoas e práticas bárbaras” e sustenta que “a abolição das touradas é compatível com a manutenção da sua coreografia, sem a utilização de animais, num espectáculo em que se preserve a estética tradicional que possa converter-se na atracção turística que as touradas não são e nunca foram".
Já em Setembro passado, a Prótoiro-Federação Portuguesa das Associações Taurinas entregou na comissão parlamentar respectiva um extenso documento de 63 páginas onde enumera os seus argumentos contra os objectivos da petição dos defensores dos animais. Sublinha a Prótoiro que existem uma série de razões históricas, éticas, morais, estéticas, sociais, económicas e ambientais “para que se apoiem e fomentem as corridas de toiros e a criação de toiros de lide”.
“Também o número de espectáculos (278 em 2011), o número de espectadores, o número de espectáculos televisionados, as audiências destes e uma muito recente sondagem vêm deitar por terra a ideia dos proibicionistas de que a Corrida de Toiros é uma actividade em decadência e de que a generalidade dos portugueses é proibicionista. Verifica-se precisamente o contrário”, afirma a Prótoiro, referindo que, por tudo isto, as corridas de toiros “não devem ser proibidas e o Estado não deve adoptar uma postura de autoritarismo ideológico, cedendo a pressões de grupos organizados mas sem expressão no conjunto da população portuguesa”.
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