A grande maioria da população do Granho não votou hoje nas presidenciais, em protesto contra a falta de médico e de serviços de enfermagem no posto de saúde local. A população teme mesmo que a unidade de saúde feche muito em breve, no âmbito de um plano de redução de serviços lançado pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. O único médico que ali prestava serviço saiu em Outubro e os cerca de 1000 habitantes da freguesia são obrigados a recorrer aos postos médicos de Marinhais e da Glória do Ribatejo, defrontando-se com falta de transportes e de meios nestas unidades de saúde.
Na semana passada circulou um panfleto anónimo no Granho, apelando ao boicote como forma de “demonstrar descontentamento pela falta de vontade de quem pode resolver esta situação” e de lamentar que não haja “qualquer tipo de preocupação com a população do Granho, constituída na sua grande maioria por pessoas idosas”.
Na manhã de ontem, a única mesa de voto da freguesia (tem 836 eleitores) inscritos, instalada na escola primária, abriu normalmente às 8h00. Os membros da mesa não votaram e no exterior aglomeraram-se cerca de 30 pessoas com cartazes exigindo meios para o funcionamento do posto de saúde. Ao longo do dia raros foram os que exerceram o seu direito de voto.
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