Mais de 85% dos 12 mil habitantes do concelho de Arruda dos Vinhos não têm, nesta altura, médico de família. Com novas instalações, inauguradas há pouco mais de dois anos, o centro de saúde local ficou quase repentinamente reduzido a uma médica do quadro, uma médica contratada e alguns tarefeiros.
Como consequência disto tudo, só 1700 utentes têm actualmente médico de família. Os restantes sujeitam-se a tentar marcar consultas de recurso com os tarefeiros, ora ligando às 8h00 procurando uma vaga, ora recorrendo à Internet, ora fazendo fila a partir da madrugada à porta do estabelecimento de saúde. Ao mesmo, o Serviço de Atendimento Complementar, que atendia pequenas urgências entre as 20h00 e as 22h00, foi desactivado no início do ano, obrigando muitos utentes a engrossarem as salas de espera do hospital de Vila Franca.
Gertrudes Cunha, vereadora da Câmara de Arruda com o pelouro da saúde, reconhece que o serviço local “está um caos completo”. A autarca do PSD disse, ao Voz Ribatejana, que a edilidade “recebe imensas queixas” da população, mas sublinha que o município não tem competências na área da saúde. A autarquia tem procurado alertar as autoridades competentes, mas recebe invariavelmente a resposta de que a falta de médicos de família “é um mal geral do país”.
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