José Sócrates acentuou, ontem, as críticas a Pedro Passos Coelho, pela forma como se referiu ao Programa Novas Oportunidades (PNO), acusando o líder social-democrata de assumir um “preconceito social” e de entender que “quem deve ter oportunidades para estudar são aqueles que sempre tiveram oportunidades para tudo”. Numa sessão organizada, em menos de 24 horas, em Vila Franca de Xira, os socialistas mobilizaram algumas centenas de apoiantes e apresentaram uma dezena de testemunhos em defesa das virtudes das Novas Oportunidades. Empresários, directores de escolas com centros novas oportunidades, formadores, alunos e autarcas realçaram a importância deste programa do Governo.
A iniciativa decorreu no Ateneu Vilafranquense e Sócrates explicou que escolheu Vila Franca para esta resposta às críticas do PSD porque foi exactamente nesta cidade que Passos Coelho pela primeira vez se referiu à “certificação da ignorância”, frase que considera um “insulto” aos 500 mil diplomados pelo PNO. Curiosamente, Vila Franca de Xira é também a cidade de onde é natural Luís Capucha, o socialista que preside à Agência Nacional para a Qualificação e coordena o PNO.
Para Sócrates, o facto de mais de 1 milhão de portugueses se ter inscrito nas Novas Oportunidades “é, talvez, o maior sinal de esperança, de vontade e de determinação que tivemos em Portugal nos últimos anos”. Agarrando a bandeira da defesa do PNO, o secretário-geral do PS lembrou que, em 2005, Portugal ainda era dos países com menor qualificação média da sua população activa. “Tínhamos mais de 3 milhões de pessoas a trabalhar que não tinham o ensino secundário”, observou, realçando os mais de 500 mil diplomas entretanto atribuídos e criticando o “insulto” das palavras de Passos Coelho “à coragem que os portugueses tiveram ao inscreverem-se nas Novas Oportunidades”.
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